sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Projeto de Leitura - Eraldo Tinoco, Brejões - Bahia

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Educação: um compromisso de todos!

Colégio Municipal Eraldo Tinoco
Projeto: Leitura e Musicalidade no âmbito escolar

Km Cem, Brejões – Bahia, Outubro de 2009.
APRESENTAÇÃO
Este “PROJETO” fora pensado pelos cursistas do programa GESTAR – Língua Portuguesa, Km Cem – Brejões – Bahia, num pensamento de auxílio ao melhoramento das técnicas de produção textual e leitura dos alunos do colégio Municipal Eraldo Tinoco, tendo em vista uma grande necessidade processual e contínua a cerca deste processo que gera a formação do indivíduo crítico e reflexivo à sociedade que está inserido.
“Entende-se por leitura, um ato permanente de entrelaçamento do conhecimento à informação”. – uma ponte para o “novo”. Pela interpretação da leitura, o indivíduo (nossos educandos) passa a fazer relações, argumentar, concluir, avaliar, podendo assim posicionar-se diante do que leu. Nada melhor que atrelar as estratégias de leitura à música, parte da cultura de um povo; que adere a “este” diversidades, envolvimento e interação.
Nesse intuito trabalhar leitura e musicalidade nos permite a construção de idéias novas, onde a observação do pensamento e saber não estão distantes e que a possibilidade de construção de conceitos é possível. Por isso, O PROJETO LEITURA E MUSICALIDADE NO ÂMBITO ESCOLAR, incluirá seleções de textos musicais, gêneros e contextualização em sala de aula.
Esperamos dessa forma; resgatar o papel do professor enquanto profissional responsável pelo estímulo da leitura, pela indicação de títulos conforme a faixa etária e o interesse do aluno em explorar o que foi escrito, com que intenção e para quem.


JUSTIFICATIVA
O texto poético, por apresentar características peculiares (sonoridade, subjetivismo, estrutura...), torna-se acessível à compreensão e facilita as múltiplas interpretações por parte do aluno com dificuldade em leitura, além de ser de fácil resignificação, o que favorecerá ao melhor aproveitamento para introdução de técnicas de leitura e produção textual.
A poesia, por sua conotação lúdica, atinge qualquer faixa etária e se presta à aberturas e fechamentos de discussões e reflexões sobre temas variados.
Intimamente legada à poesia e seu contexto de sonoridade, nos propomos a trabalhar com letras e melodias de músicas populares, paródias e intertextualidade, observando a adequação das letras às questões pertinentes aos conceitos de Ética e Cidadania.
Para resgatar aspectos de culturas populares preexistentes e que estão em desprestígio com relação a outros pensamentos pretensamente estilizados, pretende-se utilizar a poesia popular como valorização da cultura popular. Assim espera-se que utilizando o cordel e o repente, como reflexão e entendimento das diferentes formas de comunicação social e cultural.
Contudo, ao desenvolvermos este trabalho foi necessário identificar as principais dificuldades dos alunos com relação à prática da leitura e produção textual. Daí surgiu a idéia de levar aos alunos as mais possíveis situações de resgatar alguns valores perdidos nos atuais modos de vida. Sendo como ponto importante a valorização do ser e de sua convivência no ambiente escolar.
Portanto, este projeto busca atender as necessidades básicas na transformação do indivíduo em ser crítico e reflexivo, capaz de compreender o que ler e de viver adequadamente em sociedade.

TEMÁTICA DO PROJETO: Leitura e Musicalidade no âmbito Escolar

PROBLEMÁTICA: dificuldades de leitura
É possível formar cidadãos críticos sem a prática da leitura?


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os problemas existentes na sociedade contribuem para as dificuldades do hábito de ler, o que torna aprendizagem muito difícil. Segundo, Luis Carlos Cagliari (1994), “o hábito de ler é uma atividade muito complexa e enfrenta problemas, não só semântico, culturais, ideológicos, fisiológicos, mais fonético”.
O ato de ler é uma atividade que o indivíduo prática por esporte ou necessidade. A leitura deve surgir de uma necessidade e chegar a um propósito. Ler simplesmente por ler não é importante, o importante é ler quando se entende o que se ler.
Conforme, vera Teixeira de Aguiar (1998), “quando o leitor se identifica com o que é proposto em sua leitura, ele se sente motivado para a mesma”.
Ler é um ato de sensibilidade, se o adulto demonstra certos sentimentos diante de um livro que relata uma qualidade de amor ou raiva diante de um fato do jornal como: salário mínimo leva a criança a evitar o jornal, pois o mesmo traz notícia que deixa o pai triste. O mesmo acontece com o professor na sala de aula, aquele que tem prazer em ler é percebido pelos alunos.
Segundo, Emília Ferreiro (1985), “um adulto realiza diariamente uma série de atos de leitura na presença da criança, sem manifestar-lhe um significado claro. Um adulto busca informação no escrito, não somente quando lê um livro ou jornal, mas também quando lê uma bula de remédio pra saber a maneira d cumprir as indicações, lacas indicadoras da cidade para se orientar, ou o cardápio de um restaurante antes de decidir ao que vai comer”.
As crianças precisam desde cedo manter contato com livros de histórias, por isso é imprescindível uma biblioteca, as crianças passam a usufruir de seus benefícios na melhoria do ato de ler. O ato de ler convoca o exercício de pensar e neste, ao de se encontrar. As crianças precisam desde pequenas de uma convivência prazerosa com livros de histórias, por isso é indispensável à consolidação de uma biblioteca com cantinho de leitura com acervo atualizado, fazendo-as recuperar a experiência de ouvir contos.
Paulo Freire (1991) coloca que: “A leitura da palavra está implicitamente ligada à leitura de mundo, tornando-se um só ato, envolvendo uma compreensão crítica do ato de ler que ao se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita; mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo (...). A compreensão do texto a ser alcançado por sua leitura critica implica a percepção das rela coes entre o texto e o contexto”.
Ainda Freire, diz: ”A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir dar continuidade da leitura daquele”. Primeiro a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que me movia, depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi à leitura da “palavra mundo”.
É importante que o professor saiba que existem muitas variações dialetais, e principalmente, deve conhecer muito a respeito da linguagem e estar ciente de como se dá o processo de aquisição lingüística. Necessário para que as crianças deixem de ser unicamente “falante” de uma língua para tornarem-se leitores. Pois, sabemos que a aprendizagem da leitura faz desenvolver formas particulares de interagir, de se expressar e assumir crítica e criativamente função de sujeito de sua linguagem, seja falando, lendo ou interpretando.
Porque como explica Milton José de Almeida:
“Não são todos os professores que sabem orientar adequadamente a leitura. Como, então, incentivar “por todos os meios”, se os próprios meios não são fornecidos às escolas”. (Almeida, 1978: 185-187).
Uma das explicações dadas para o fracasso da educação no Brasil é a de que a democratização do acesso às escolas, ocorridas a partir dos anos 70, levou as mesmas a lidar com crianças que teriam, em razão de suas condições de vida, serias deficiências culturais e lingüísticas, que acarretam dificuldades de aprendizagem. Tem problemas de indisciplina e não valorizam a escola.
Sua linguagem oral seria muito distante da língua escrita, em seu ambiente familiar, não vivenciam os usos da leitura nem convivem com pessoas que valorize esse aprendizado.
Um dos objetivos do uso da língua escrita é possibilitar ao aluno domínio das capacidades de leitura e de produção de textos de diferentes gêneros, que circulam socialmente e que estão presentes no cotidiano das sociedades letradas. É importante o domínio dessas capacidades e seu uso efetivo em práticas sociais que caracterizam o letramento.
Magda Soares, (1985) acredita que: “Dissociar alfabetização e letramento é um equivoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, lingüísticas e psicolingüísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita se dá simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. Não são processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio da aprendizagem das relações fonema grafema, isto é, em dependência da alfabetização”.

A função primordial da escola seria, para grande parte dos educadores, propiciar aos alunos, caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. Essa também é nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que está consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades sociais e assume a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social.
Para que os alunos descubram o significado funcional destes objetos de conhecimento – leitura – é preciso deixar de lado uma alfabetização baseada num único instrumento de trabalho – a cartilha, e transformar a sala de aula num espaço que possibilite o contato dos alunos com os mais variados tipos de textos que circulam ao seu redor, isto é, livros, revistas, jornais, literatura, rótulos, etc. e os quais chegam ao seu alcance.
Não basta simplesmente “saber” ler, dos indivíduos já se requer não apenas que domine a tecnologia do ler, mas também que saiba fazer uso dela incorporando ao seu viver, transformando seu “estado” ou “condição” como conseqüência do domínio dessa tecnologia.
Ana Teberosky afirma que:
“A atenção do conhecimento é resultado da própria atividade do sujeito” (Teberosky, 1979).
A leitura é um dos meios mais importantes para a aquisição do conhecimento. Muitas vezes, a leitura só possui um espaço na vida das pessoas quando aprece a necessidade em ocupá-la.
Para quem quer trabalhar na área da educação, a leitura torna-se um instrumento indispensável. Com tantos acontecimentos novos, é necessário que estejamos sempre atualizados, com todas as informações que são notícias. A leitura não deve ficar só no estritamente necessário. Devemos criar o hábito de ler sempre. Mas só quando freqüentamos um curso superior é que nos forçamos a ler muito, para termos um bom desempenho. No entanto, as maiorias dos acadêmicos ao se formar deixam de lado as leituras mais complexas.
Paulo Freire, (1994) afirma que: “O ato de ler é tão importante que incentivá-lo é um compromisso que deve ser assumido e que desvendar o significado da leitura é tornar-se num bom leitor.


OBJETIVOS:
Objetivo Geral:
Incentivar a leitura
Objetivos Específicos:
Estimular e desbloquear a criatividade, exercitar a flexibilidade de idéias, desenvoltura e clareza na comunicação, imaginação concisão e expressividade na produção d texto.
Fomentar o gosto pela leitura, implementando práticas de leituras ricas e diversificadas em todas as áreas do conhecimento.
Estabelecer discussão sobre cidadania e participação social, além de estimular os participantes a ler e redigir textos através da musicalidade.
Familiarizar-se com leitura de uma grande variedade de gêneros, inserindo-se na comunidade dos leitores, aprendendo a selecionar informações pertinentes em diferentes suportes, compreendendo a perspectiva enunciativa com que os textos foram produzidos e posicionando criticamente.
Estimular o hábito e o prazer pela leitura de imagens e literatura de cordel.

METODOLOGIAS
Estudo de gêneros poéticos e emotivo: verificação, rimas, estrofação, conotação e denotação;
Leitura e interpretação de poemas, músicas, cantigas de roda, repente e cordel;
Produção de textos: paródias, poemas, dramatizações, danças, musicais, recitais, jograis;
Montagem de stands literários com as produções dos alunos de acordo com a modalidade trabalhada (cordel, paródias, poemas, textos em prosa);
Sarau poético (culminância).

CRONOGRAMA
De 06 a 19 de outubro de 2009 atividades desenvolvidas em sala de aula, obedecendo às temáticas acima descritas;
Dia 20 de outubro de 2009 – Culminância do projeto, com as atividades desenvolvidas com os alunos.

EQUIPE DE TRABALHO
Corpo docente do Colégio Eraldo Municipal Tinoco, Ensino Fundamental II e Ensino Médio;
Corpo discente do Colégio Eraldo Municipal Tinoco, Ensino Fundamental II e Ensino Médio;
Equipe de apoio do Colégio Eraldo Municipal Tinoco;
Secretaria Municipal de Educação.

RECURSOS:
Recursos midiáticos;
Recursos humanos;
Recursos de apoio pedagógico;

AVALIAÇÃO:
A avaliação do projeto acontecerá através da participação dos alunos nas atividades desenvolvidas, tais como, relatos orais e escrito, dos trabalhos artísticos, das pesquisas, entrevistas, produção e reescrita de textos, das apresentações e dos registros de desenvolvimento dos alunos.

REFERENCIAS
AGUIAR, Vera Teixeira de; BORDINI, Maria da Gloria. Literatura: A formação do Leitor: Alternativas Metodológicas. Porto Alegre: mercado Aberto, 1988. 176p.
ALMEIDA, Milton José de. Educação e Mercado Editorial. Revista Educação e Sociedade Campinas: Editora Cortez, CEDES, nº 1, set, 1978, p.185-187.
ASSUNÇÃO, José Elisabete da, COELHO, Maria Teresa. Problemas de Aprendizagem. 11ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 1999.
BABERGER Richard. Como Incentivar o Hábito da Leitura. São Paulo: Editora Ática, 1987.
Brasil, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997. 126 p.
CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Editora Scipione, 1990.
COLOMER, Teresa, CAMPOS, Ana. Ensinar a ler, Ensinar a Compreender. Trad. Fátima Murad. Porto Alegre: Editora Artmed, 2002.
FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Editora Artmed, 1985. P. 284.
FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. Coleções Questões da Nossa Época. 29ª Ed. V.3. São Paulo: Editora Cortez, 1994.

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